Partilho da visão do leitor “paulo” de que existe Académica pré e pós partidarização.
É certo - e que fique aqui bem esclarecido para todos os meninos a quem faz comichão ouvir que há mais um nome na corrida - que a campanha "Mafalda p'ra DG" é paródia e pura ficção, mas não deixa de ser exemplo de insatisfação pelo rumo que a esse órgão e a Académica têm tomado.
Essa campanha reflete o exemplo das pessoas que deveriam, de facto, representar os estudantes e uma instituição como a AAC. Alguém incorruptível, com valores, inteligente e quem não se deixa influenciar pelas pressões políticas.
Todos têm noção de que esta "linhagem" (brilhantemente parodiada no blog caciqueaac) que vem conquistando eleições não é, de todo, benéfica para a saúde da AAC. No dia-a-dia houve-se falar na descrença, na corrupção, no trampolim...
Mas em Magna, os estudantes indignam-se por se querer limitar o financiamento das campanhas e acham uma ofensa à sua inteligência. Chegam ao ridículo de fazer chumbar a moção de canetas e isqueiros no ar.
Quando chega a hora de votar, verdade seja dita, a maioria vota porque lhe tiraram um fotografia para aparecer num qualquer organigrama, porque um amigo seu lhe pediu ou porque até reconhece a competência de determinada pessoa da lista (e já estou a excluir isqueiros e canetas para não ferir susceptibilidades). Mas esquecem-se que estão, mais uma vez, a votar numa lista que teve um alto (altíssimo) financiamento partidário (não, não é do próprio bolso) e que durante o seu mandato andará sempre entalada no jogo entre os interesses dos estudantes e os interesses do partido que a financiou.
Ainda existem os incorruptíveis, mas esses recusam-se a participar nesta palhaçada política. Quem devia executar a vontade dos estudantes já não acredita que isso seja possível e já tem estes corpos gerentes em pouca conta.
Na minha opinião algo tem que mudar e passa precisamente pela mentalidade das “ovelhas” da publicação anterior, pela mentalidade dos que se deixam cacicar, sem dúvida, pelo sistema de financiamento das campanhas e claro pela consciência geral de toda uma Academia.
Continuando, na minha ingenuidade, à espera do D.Sebastião para a academia, gostava que a discussão se debruçasse primeiramente sobre a questão do financiamento.
Não haverá maneira de tornar as campanhas mais justas sem prejudicar a chegada de informação aos estudantes?
É claro que sim, até porque as campanhas mais baratas têm sido as que levam mais informação! As outras têm levado muitas fotos, muitos outdoors, muitos slogans, muitas canetas e muitos isqueiros...
Se, em vez do 300€ de plafond na papelaria da AAC, fosse disponibilizado um saldo um pouco maior em numerário que tivesse de ser comprovado com recibos e se limitasse o valor dos donativos, como seriam as campanhas?
Ou será que isto se traduziria simplesmente em benesse para os partidos, que poupariam em campanha e apenas teriam de se preocupar com a gratificação do candidato?
É assunto para refletir num tempo de crise em que o esbanjamento não é muito bem visto.
Por fim, deixo um apelo para que, na altura de votar pensem mesmo muito bem, e caso estejam inclinados para o voto branco ou nulo façam mais um quadrado e votem na "Mafalda".
Mafalda P'ra DG é um mote do descontentamento. ;)
Esta não é uma visão cética. É antes de esperança para que, numa altura em que as Magnas começam a ser mais participadas, as consciências despertem também.
Welcome my son
Welcome to the machine